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terça-feira, 6 de novembro de 2012

União e estado se unem contra o crime



Ministério da Justiça e governo estadual anunciaram nesta terça-feiraa criação de uma agência integrada de combate ao crime organizado. Essa e outras cinco medidas integram um plano para tentar conter a crescente onda de violência que assola São Paulo há pelo menos cinco meses.

A estratégia de controle à escalada do crime foi traçada após reunião entre o ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso, o governador, Geraldo Alckmin, e outros 26 nomes ligados à segurança pública nos âmbitos federais e estaduais. “Não se combate o crime organizado sem um serviço de inteligência eficiente”, afirma Cardoso.

O principal ponto da integração, afirmam o ministro e o governador, é facilitar a comunicação entre os órgãos federais  e estaduais. Alckmin e Cardoso não especificaram, entretanto, como  a agência vai funcionar efetivamente. O número de funcionários e espaço físico onde a central de investigação será instalada não foram revelados.

Enfraquecer a estrutura financeira das facções criminosas que agem dentro e fora dos presídios em São Paulo é a prioridade da parceria firmada nesta terça. Alckmin acredita que a “asfixia financeira” é essencial para o enfrentamento do crime. O governador, entretanto, admite que as facções podem reagir fortemente. “Há reação, mas nós não devemos temer as reações”, disse.

Na segunda-feira, Cardoso e Alckmin devem se encontrar para assinar o projeto e definir detalhes de operações conjuntas para os próximos dias. “Somos mais fortes do que o crime organizado”, garante o ministro.

Na Justiça - O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Carlos Ayres Britto, delegou ao corregedor nacional de Justiça, Francisco Falcão, a tarefa de fazer a interlocução do Judiciário com o governo de São Paulo nas ações de combate ao crime organizado no estado.

O Judiciário estuda agilizar a transferência de líderes das facções para presídios federais e criar mutirões para julgar processos de pessoas envolvidas nos ataques e outros casos à espera de decisão judicial.

Transferências de matadores de PMs foram autorizadas

O governador Geraldo Alckmin anunciou que as transferências de presos sob suspeita de participação em mortes de policiais militares para presídios federais foram autorizadas pela Justiça e devem começar nas próximas semanas. Apenas neste ano, 90 PMs foram mortos no estado, apenas três deles em serviço.

Os homicidas serão enviados para as penitenciárias de Mossoró, no Rio Grande do Norte, e Porto Velho, em Rondônia. Entre os presos que serão transferidos está Francisco Antonio Cesário da Silva, de 36 anos, o Piauí. Ele é apontado como mandante da morte de seis policiais e chefe do tráfico em Paraisópolis, Zona Oeste.
Caso seja comprovado que líderes da facção ordenaram a morte de PMs de dentro da cadeia, eles também serão transferidos para penitenciárias federais. O total de transferência e a data em que serão feitas não serão divulgados.

Segundo o analista criminal Guaracy Mingardi, a transferência de detentos para presídios federais pode ajudar, mas traz riscos. “Em 2006, os chefes do crime sabiam com antecedência que haveria transferências e tiveram tempo de organizar rebeliões nos presídios. Pode haver outra reação agora”, opina.



 
 



fonte: Diario de SP

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